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sábado, 12 de maio de 2012

O que é o gnosticismo?



Esta palavra tem aparecido ultimamente por causa do chamado "Evangelho de Judas", que é de fundo gnóstico; e também por causa do livro "O Código da Vinci", de Dan Brown (Editora Sextante, 2004), onde o autor diz que se baseou nos evangelhos apócrifos e gnósticos de Maria Madalena, Filipe e Tomé, para fazer as suas afirmação contra a Igreja católica. O gnosticismo está também na base filosófica e religiosa de muitos movimentos e seitas como a Nova Era, o espiritismo, hinduísmo, etc. Mas, afinal , o que é este gnosticismo?

Mas o que é o gnosticismo? Em poucas palavras vamos tentar explicar.
É uma concepção religiosa muito antiga, de antes de Cristo, que veio do Oriente, provavelmente da Pérsia, e que se infiltrou na Igreja gerando uma terrível heresia que foi severamente combatida já pelos Apóstolos São Paulo, São Pedro e São João em suas cartas, e também por Santo Irineu (130-200) no seu famoso livro "Contra os Hereges" (Ed. Paulus, Patrística, Vol. 4, 1995, SP).

O gnosticismo acredita que há como que dois deuses; um deus bom e outro mau; e o mundo teria sido criado pelo deus mau, um deus menor, que eles chamam de demiurgo; este seria o nosso Deus da Bíblia, dai todas as tragédias contadas nela. Para esta crença, as almas dos homens já existiam em um universo de luz e paz (Plenoma); mas houve uma "tragédia" – algo como uma revolta – e assim esses espíritos foram castigados sendo aprisionados em corpos humanos, como em uma cadeia, pelo deus demiurgo, e que os impede de voltar ao estado inicial. A salvação dessas almas só seria possível mediante a libertação dessa cadeia que é o corpo, que é mau, e isto só seria possível através de um conhecimento (gnose em grego) secreto, junto com práticas mágicas (esotéricas) sobre Deus e a vida, revelados aos "iniciados", e que dariam condições a eles de se salvarem. Por isso os gnósticos não acreditam na salvação por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo; não acreditam no pecado, nos anjos, nos demônios, e nem no pecado original. Para eles o mal vem da matéria e do corpo humano, que são maus. A Igreja muitas vezes teve que se pronunciar contra isto e muitas vezes relembrou que "tudo o que Deus fez é bom".

Para o gnosticismo tudo que é material foi criado pelo deus mal e deve ser desprezado; assim, por exemplo, o casamento e tido como mau porque através dele o homem (corpo) se multiplica. São Paulo combateu isto em 1Tm 4, 1ss. Tudo o que é espiritual teria sido criado pelo deus bom.

Segundo ainda o gnosticismo "cristão", o Deus bom , Supremo, teria enviado ao mundo o seu mensageiro, Jesus Cristo, como redentor (um eon), um “Avatar”, portador da “gnósis”, a palavra revelada a alguns escolhidos e que leva à salvação (libertação do corpo). Jesus não teria tido um corpo de verdade, mas apenas um corpo aparente (docetismo); doceta em grego quer dizer aparente. Jesus teria então um corpo ilusório que não teria sido crucificado. S. João combateu isto em suas cartas (cf.1 Jo 18,-23)
O gnosticismo acredita também na reencarnação para a salvação da pessoa; vê-se então, que é radicalmente oposto ao Cristianismo.

O que é Cabalá?










Cabalá: aquilo que é recebido. Aquilo que não pode ser conhecido apenas através da ciência ou da busca intelectual. Um conhecimento interior que tem sido passado de sábio para aluno desde o despertar dos tempos. Uma disciplina que desperta a consciência sobre a essência das coisas.


Entramos neste mundo e nossos sentidos encontram sua crosta externa. Tocamos a terra com nossos pés, a água e o vento atingem nossa pele, recuamos perante o calor do fogo. Escutamos os sons e ritmos. Vemos formas e cores. Logo começamos a medir, a pesar e a descrever com precisão. Como cientistas, registramos o comportamento dos compostos químicos, das plantas, animais e seres humanos. Nós os gravamos em video-tape, observamos sob o microscópio, criamos modelos matemáticos, enchemos um supercomputador com dados a seu respeito. De nossas observações, aprendemos a domar nosso ambiente com invenções e engenhocas, e então nos damos um tapinha nas costas e dizemos: "Isso mesmo, conseguimos."

Mas nós mesmos, nossa consciência, que está examinando este mundo, residimos em uma camada mais profunda. Eis por que não podemos deixar de perguntar: "E sobre a coisa em si mesma? Aquilo que está lá antes que a medíssemos? O que é matéria, energia, tempo, espaço - e como vieram a ser?

Para explicar nosso mundo sem examinar esta profundeza interior é tão superficial quanto explicar o trabalho de um computador descrevendo as imagens vistas no monitor. Se virmos uma bola movendo-se para cima e para baixo na tela, diríamos que está ricocheteando contra o fundo da tela? Os dispositivos na sua barra de rolagem exercem alguma força sobre a página dentro da tela? A barra do menu tem realmente os menus ocultos atrás dela?

O autor de um software de uso facilitado seguiu regras consistentes para que você possa trabalhar confortavelmente dentro dele. Se for um jogo de alguma complexidade, ele precisou determinar e seguir um grande conjunto de regras. Mas uma descrição destas regras não é uma explicação válida de como isso funciona. Para isso, precisamos ler seu código, examinar o equipamento, e, mais importante - examinar a descrição de seu conceito original. Precisamos vê-lo da maneira que o autor o vê, como evolui passo a passo de um conceito em sua mente através do código que ele escreve, até os pontinhos fosforescentes minúsculos na tela.

O código por trás da realidade, o conceito que instila vida às equações e as torna reais. Homens e mulheres sacrificaram seu alimento, seu conforto, viajaram grandes distâncias e pagaram com sua própria vida para chegar a conhecer estas coisas. Não há uma só cultura neste mundo que não tenha seus ensinamentos para descrevê-las. Nos ensinamentos judaicos, elas são descritas na Cabalá.

Segundo a tradição, as verdades da Cabalá foram conhecidas por Adam (Adão). Aquilo que sua mente apreendeu, nenhuma outra mente pode conceber. Mesmo assim ele foi capaz de transmitir um vislumbre de seu conhecimento a algumas das grandes almas que dele descenderam, como Hanoch e Metushelach. Foram eles os grandes mestres que ensinaram Nôach (Noé), que por sua vez ensinou seus próprios alunos, incluindo Avraham (Abraão). Avraham estudou na academia do filho de Nôach, Shem, e enviou seu filho Yitschac para lá estudar, depois dele. Yitschac por sua vez mandou seu filho Yaacov estudar com Shem e com o bisneto de Shem, Ever.

Adam, Nôach, Avraham - estes foram pais de toda a humanidade. Eis por que você encontrará alusões às verdades que eles ensinaram seja onde for que tenha chegado a cultura humana.

Mesmo assim, a fonte essencial para a Cabalá não é Adam ou Nôach ou mesmo Avraham. É o evento no Monte Sinai, onde a essência primordial do cosmos foi desnudada para que uma nação inteira a contemplasse. Foi uma experiência que deixou uma marca indelével sobre a psique judaica, moldando por completo nossas idéias e nosso comportamento desde então.

No Sinai, a sabedoria interior tornou-se não mais uma questão de intuição ou revelação particular. Era então um fato que havia penetrado em nosso mundo e se tornado parte da história e da experiência dos mortais comuns.

Eis por que a Cabalá não pode ser chamada de filosofia. Uma filosofia é o produto de mentes humanas, algo com que qualquer outra mente humana pode jogar, espremê-la ou esticá-la segundo os ditames de seu próprio intelecto e intuição. Mas Cabalá significa: "que é recebida." Recebida não apenas de um professor, mas do Sinai. Assim que o aluno tenha dominado o caminho deste conhecimento recebido, ele ou ela pode encontrar maneiras de expandi-lo ainda mais, como uma árvore se ramifica a partir de seu tronco. Mas será sempre um crescimento orgânico, jamais tocando a vida e a forma essenciais daquele conhecimento. Os ramos, galhos e folhas irão apenas onde deveriam para aquela árvore em particular - um bordo jamais se tornará um carvalho, e jamais um aluno revelará um segredo que não estivesse oculto nas palavras de seu mestre.

O BUDISMO ZEN






O Budismo Zen chega ao Japão em duas variantes:

Rinzai Zen

Soto Zen

O primeiro encontrará numerosos adeptos entre os samurais, introduzido pelo padre Eisai (1141-1215), o segundo, mais meditativo e popular, introduzido pelo padre Dogen (1200-1235).

A composição social dos adeptos das duas escolas resume-se da seguinte forma: o Rinzai pelos aristocratas e o Soto pelos camponeses.

O Budismo Zen sustenta que se pode alcançar o Despertar com o nosso próprio esforço. O Rinzai recomenda preferencialmente técnicas simples de eficácia imediata como o koan, e o Soto não conhece senão uma regra, a da meditação em posição de sentado.

Noutras escolas de Budismo, o acordar ou bodhi parece remoto e quase sobrehumano, algo que só se atinge depois de muitas vidas de esforço paciente. Mas no Zen há sempre a sensação de que o acordar é perfeitamente natural. espantosam,ente evidente, que poderá suceder a qualquer momento. E se implica alguma dificuldade, é precisamente por ser demasiado simples. O Zen é também directo no seu modo de ensinar, pois aponta directa e abertamente a verdade, e não se perde com simbolismos.

O BUDISMO DA CHINA E NO JAPÃO




Apesar de serem vistos, justificadamente, como países conservadores e tradicionalistas, foi aqui, e também na Coreia, que o Budismo se desenvolveu nas suas formas mais fulgurantes.
CHINA
Quando se iniciou a introdução do Budismo na China, não obstante os êxitos iniciais, este foi visto de forma suspeita pela classe dirigente de formação confucionista. Na sua opinião, o Budismo minava os valore tradicionais chineses assim como os valores familiares em que se baseava a sociedade do Império do Meio. Desta forma, não é de admirar que o Budismo tenha sofrido perseguições.
O Budismo chegou à China através dos comerciantes, por volta do início da era cristã. Depois das dificuldades já referidas, o Budismo "aproveitou" a desintegração do sistema político e social chinês para se desenvolver. A tradução das escrituras para o chinês, foi feita por volta dos meados do século II d. C.
O Budismo floresceu durante cerca de quatro séculos, tendo tido o seu maior esplendor durante a dinastia Tang. Os dirigentes chineses apoiaram convictamente a religião, tendo mesmo enviado emissários à Índia, ao mesmo tempo que fomentavam uma imensa actividade filosófica. Quatro escolas adquiriam características únicas: Tien Tai, Hua Yen, Chan (Zen) e Terra Pura. Estas escolas concordavam com os preceitos básicos do Budismo, tal como tinham sido transmitidos por Buda, mas a sua compreensão era determinada pela filosofia existente na própria China. Destas quatro escolas, poderemos afirmar que a escola Chan (Zen) e a escola Terra Pura souberam manter-se firmes nos tempos que se seguiram.
No século IX, o Budismo entra num período de decadência, por várias razões, dentro das quais não poderemos esquecer o facto dos governantes que se seguiram à dinastia Tang, considerarem-se descendentes de Lao Tzé, o fundador do Tauismo. Por outro lado, a Sangha estava corrompida por razões similares àquelas que deram origem ao cisma do ocidente, em relação à Igreja Cristã.
O Budismo continuou a ter seguidores, especialmente nas zonas rurais, mas adquiriu um carácter mágico, longe dos ensinamentos originais de Buda.
Apesar destas dificuldades com que o Budismo se deparou na China, um grupo de monges vai-se destacando ao longo da sua História. De realçar o monge Tai Hsu (1890-1947) que funda escolas e promove o estudo de outras línguas budistas que não o chinês, além de ter advogado a ideia de uma federação mundial de budistas. Esta ideia poderia ter sido concretizada se a China não tivesse caído em poder dos comunistas.
O governo comunista manda, em 1951, confiscar a maior parte das terras que pertencia à Sangha e reduziram-na ao estado laico. Em 1953, foi constituída a Associação Budista Chinesa, com o objectivo de controlar a comunidade budista. No período da Revolução Cultural assistiu-se a mais perseguições, mas apesar disso o Budismo ainda persiste na China e mostra sinais de renascimento junto da população jovem e citadina.
JAPÃO
O Budismo terá sido introduzido no Japão e na Coreia na mesma altura que no gigante chinês, no entanto o seu desenvolvimento adquiriu contornos especiais.
Inicialmente vista com desconfiança, por ser uma religião estrangeira, o Budismo tornar-se-á num órgão institucional do Estado Japonês. O imperador e a corte interessavam-se, a princípio, pelo carácter mágico e algo supersticioso dos rituais budistas. Só nos finais do século VIII, o Budismo começa a ser visto como tal e não como magia.
Durante os séculos XI, XII e XIII, o povo nipónico começa a ser atraído para a forma religiosa Terra Pura. No século XIII, outras alterações dar-se-iam no Japão, pela mão do reformador Nichiren (1222-82) que iniciou a pregação de uma forma ultra nacionalista de Budismo, referindo que o Japão se tornara a verdadeira pátria espiritual da Religião. Com os sucessivos conflitos intra muros, as classes dirigentes japonesas acabaram por aceitar os princípios do Budismo Zen. A pouco e pouco o Budismo foi-se associando no Japão às ideias de patriotismo e orgulho nacional.
O Budismo no Japão teve de enfrentar dificuldades durante o período Meiji, no século XIX. Na verdade, a partir da Restauração Meiji, o Budismo foi ignorado a favor do Xintoísmo, apoiado pelo Estado, pois glorificava o imperador. Foi durante esse período que o celibato foi proibido. É por essa razão que ainda hoje o Japão é um dos poucos países a permitir o casamento dos clérigos. Foi ainda durante a Restauração Meiji, que se fizeram sentir muitas inovações de carácter ocidental no Budismo japonês, influências das comunidades missionárias protestantes.

O BUDISMO TÂNTRICO





O Budismo Tântrico surgiu no século VI e tem como base os textos conhecidos como Tantras. As suas bases fundamentais são a meditação, o ritual, o simbolismo e a magia. Embora a magia não faça parte dos ensinamentos de Buda, os praticantes do Tantrismo consideram os Tantra como a forma mais rápida de atingir a natureza-de-Buda, em detrimento dos Bodisatvas, como acontece nas outras vertentes do Budismo Mahayana. Quando o Tantrismo recorre aos mantras (sons sagrados poderosos) damos o nome de mantrayanas.
O Tantrismo procura entender a ligação ininterrupta entre todos os estados e condições humanas, incluindo aqueles considerados poluentes ou perigosos. Todos os estados são natureza-de-Buda se observados e experimentados correctamente.
Outro nome do Budismo Tântrico é Vajrayana, o veículo do Relâmpago. É bastante vulgar no Tibete. Os cinco jinas, os eminentes, ou Ghyani-Buddha (Budas Celestiais) são importantes objectos de meditação. São eles Akshobya, Amitaba, Amoghasiddhi, Ratnasambava e Vairocana.
O Budismo sempre defendeu que o Buda histórico era apenas um na linhagem de seres iluminados, todos eles pregando a mesma mensagem religiosa de libertação. Ao longo do tempo, esta ideia ganhou uma perspectiva consensual de que o número de Budas era tão numeroso quanto os grãos de areia na margem do rio Ganges.
Os cinco eminentes já referidos tornaram-se objecto de devoção popular e em muitos textos Mahayana há mesmo referências detalhadas das características das terras dos Budas. O Budismo Tântrico vê cada um como uma manifestação particular da existência de Buda. Os praticantes tântricos, sob a orientação de um guru, aprendem a visualizar e a identificarem-se com um desses aspectos da natureza-de-Buda. Dentro das técnicas usadas, além da recitação dos mantras, são a meditação sobre a mandala da deidade e exercícios de ioga que têm como objectivo a alteração de desequilíbrios.

O BUDISMO THERAVADA




O Budismo Theravada é dominante no Sri Lanka, seguido por cerca de 70 % da população. O Budismo tem um importante papel quer na espiritualidade quer na cultura do país. Historicamente, o Budismo no sudeste da Ásia começa com a introdução do Dharma no Sri Lanka . O primeiro contacto refere-se à missão enviada por Asoka, no ano 247 a. C. É dessa altura a construção da grande stupa em Anaradhapura e da Thuparama Dagaba, em Kandi, que abriga uma relíquia, a clavícula do Buda.
Desde logo se criou uma ligação e identificação entre o Budismo e o Estado. Essa situação agradava aos monges, que obtinham favores reais e aos reis, que gozavam de uma legitimação do seu poder político. Aliás, a própria literatura antiga do Sri Lanka, nomeadamente as crónicas Dipavamsa e Mahavamsa, combina notavelmente a religião e o nacionalismo.
Do legado antigo da cultura do Sri Lanka é de realçar a obra do monge Buddhaghosa, um indiano que viajou para lá no princípio do século V. Foi ele quem compilou um grande compêndio de doutrina, o Visuddhi-magga "Caminho para a Pureza" e resumiu o material sobre o Vinaya assim como a maior parte do Sutta Pitaka.
Com este trabalho, Buddhaghosa exerceu enorme influência sobre a doutrina ortodoxa Therevada, sendo a maior parte dos ensinamentos que hoje conhecemos um resultado da síntese da sua obra.

AS DIFERENTES ESCOLAS DO BUDISMO



O Budismo proporcionou, desde cedo, variadas interpretações. Por volta de 380 a. C. reuniu-se o Segundo Concílio Budista, em Vaisali.
A razão fundamental deste concílio foi uma disputa sobre as interpretações das escrituras budistas. Um grupo de Mahasanghikas (monges novos) estava aberto a uma interpretação mais liberal das regras monásticas e à crença em que um ahrant, alguém que obtivesse a Iluminação nesta vida, podia continuar sujeito às incertezas e fragilidades humanas. Os oponentes, Sthaviras, ou "anciãos", que constituíam a Sangha, eram muito mais rigorosos na interpretação da tradição recebida.
Incapazes de ultrapassarem as divergências, os dois grupos evoluíram separadamente. Dessa forma, cerca de um século depois da morte do fundador, o Budismo começou a separar-se em grupos diferentes: a escola Theravada, continuadores dos Sthaviras, ou seja, dos que professavam o cânone original e a escola Mahayana, que realçava a primazia dos sutras sobre as outras duas divisões das escrituras.

AS QUATRO NOBRES VERDADES




Imagem: Buda a pregar o seu primeiro sermão.
Inicialmente, Buda baseou a sua análise da condição humana em três observações fundamentais - As Três Marcas da Existência.
A primeira marca da existência humana é o ponto de partida para todo o sistema religioso budista - a impermanência (anitya). No mundo material nada permanece, tudo está em movimento, declarou Buda. As coisas podem dar a impressão de o serem, contudo isso não passa de uma ilusão.
A segunda marca é a insatisfação (duhkha), ou seja, a dor. É consequência da primeira marca. Para o pensamento budista, tudo o que não fosse permanente gerava insatisfação. Procurar essa permanência no mundo material estaria votado ao fracasso.
A terceira marca é a ideia de inexistência de alma (anatman). Os seres humanos não têm alma (atman) permanente, disse Buda. Para ele, o ser humano era um ser compósito, constituído por uma nuvem de componentes físicos e mentais em permanente mudança. Falar de um "núcleo" eterno do ser humano que persistisse depois da morte seria completamente falso. Alguns elementos característicos do ser humano poderiam passar de uma vida para outra, contudo não a personalidade em si.
Mais tarde, Buda passou desta ideia pessimista da condição humana para a sugestão da existência de uma via de saída do impasse: As Quatro Nobres Verdades.
A primeira considerava a vida na sua essência, insatisfatória.
A segunda corresponde à ideia de que essa insatisfação deriva das ânsias (trsna), ou seja desejos, que assolavam o ser humano e da sua ignorância (avidya).
A terceira era que este não tinha de ser o destino de todos os homens e que haveria forma de fugir à escravatura deste mundo insatisfatório.
A quarta e última nobre verdade determinava o caminho de fuga à escravidão do mundo, ou seja, as Oito Vias Sagradas.
1. parecer recto, adequado, correcto
2. intenção recta
3. discurso recto
4. acções rectas
5. existência recta
6. esforço recto
7. espírito recto
8. concentração recta
Destas oito vias, poder-se-á considerar as duas últimas como as de maior cariz religioso. O espírito recto corresponde a um exercício espiritual especificamente budista enquanto a concentração recta refere-se à meditação recta. É através da meditação que se pode chegar à verdadeira compreensão da natureza da realidade e obter a libertação dos ciclos intermináveis de samsara.

AS LEIS DO KARMA


A base dos ensinamentos de Buda prende-se com a ideia de renascimentos cíclicos que os seres têm de passar antes de se libertarem e atingirem o Nirvana.
O ciclo de renascimentos sucessivos (Samsara) está directamente ligado à lei do Karma, o que pressupõe a existência de um efeito causal das acções. O renascimento é uma continuidade de acções e reacções (incluindo acções mentais que não se concretizaram) porque os Karma fornecem a energia para renascer uma e outra vez. Ou seja, quando um ser renasce traz com ele uma herança kármica que é o resultado de acções praticadas em anteriores existências.
Com esta doutrina, o Budismo primordial negou duas teorias religiosas da altura: a teoria da criação que atribui a responsabilidade da felicidade ou infelicidade do indivíduo a Brama e a teoria do acaso, segundo a qual a felicidade ou infelicidade do indivíduo não têm causas específicas.
A teoria dos Karma explica a diversidade de vidas dos seres vivos. Quem praticou boas acções em anteriores existências, irá ter uma vida melhor do que quem praticou más acções. Ou seja, bons karma dão bons frutos.

O TRIPITAKA (OS TRÊS CESTOS DE FLORES)






O tripitaka, metaforicamente “os três cestos de flores”, é o conjunto da doutrina budista. Cada um dos cestos refere-se a uma parte do pensamento e prática do Budismo.


1. O primeiro cesto é o cesto dos Sutra, que agrupa os ensinamentos do próprio Buda, através de uma série de conversas e sermões colectados por um dos seus mais próximos discípulos – Ananda.


2. O segundo cesto é o cesto do Vinaya, onde estão reunidas as regras disciplinares a que estavam obrigados a seguir todos os que fazem parte da comunidade monástica, a Sangha. O núcleo dos dois primeiros cestos é contemporâneo do próprio Buda.


3. O terceiro cesto é o cesto dos Abhidharma, ou textos filosóficos que têm com foco a transmissão do Budismo. Na verdade, pretende ser um esclarecimento sobre certas passagens dos cestos anteriores assim como interpretar as escrituras mais antigas.

GAUTAMA SIDDHÂRTA (O Buda histórico)

 

Gautama Siddhârta nasceu, segundo a tradição Theravâda, no ano de 624 a.C., no mês de Vesâkha, e morreu no ano de 543, com a idade de 80 anos. Outras fontes situam a sua vida nos séculos VI – V a.C. Para os budistas esta divergência de datas tem pouca importância e faz pouco sentido discuti-la exaustivamente.
A existência terrestre de Siddhârta foi, na verdade, a última etapa de uma série de sucessivos renascimentos, isto é, a vida de Siddhârta representa o termo do caminho em direcção à libertação do samsâra.
Siddhârta nasceu numa pequena localidade no sul do que é actualmente o reino do Nepal. Príncipe, filho de um soberano do clã dos Sâkya, da família Gautama, cresceu sem preocupações, num ambiente de conforto, resultado do isolamento a que é sujeito por ordem de seu pai. Longe das dores do mundo, apesar da experiência da morte de sua mãe, Siddhârta casou-se e terá tido um filho.
Mas o destino reservar-lhe-ia um diferente caminho. Ao sair de um dos seus palácios, Siddhârta tem a experiência que iria mudar a sua existência. Na verdade, nessa ocasião Siddhârta tem quatro encontros: primeiro encontra um velho homem abandonado, depois um doente e mais adiante uma celebração fúnebre, finalmente um asceta que abandonara tudo para procurar a libertação.
O jovem Siddhârta compreende então quão enganado estivera. Com a idade de 29 anos partiu ele também, abandonando o palácio e família. Inicialmente a cavalo, decidiu-se depois pelo desconforto da caminhada. Vestindo roupas grosseiras, pôs-se a caminho da Iluminação.
Durante 6 anos Siddhârta tem uma vida errante, encontrando vários mestres, praticando os seus ensinamentos e ultrapassando-os. Torna-se assim ele próprio um mestre, atraindo a si cinco seguidores fiéis.
Mas esse caminho torna-se rapidamente insuficiente. Siddhârta entrega-se a uma ascese total, abstendo-se de alimentos e, através da prática do Ioga, suspende as suas funções vitais.
Siddhârta compreende que se enganara no caminho e as penosas memórias resultantes da ascese total tornar-se-ão em advertências para os vindouros que queiram seguir o mesmo caminho. Siddhârta considera que a ascese total não leva a lado algum e suspende-a. Os cinco companheiros vêem nisto um sinal de fraqueza e abandonam-no.
Já liberto de uma experiência inconsistente, Siddhârta recupera as forças. Sentado ao pé de uma árvore medita sobre a existência humana. No fim dessa noite, Siddhârta atinge a realização da Iluminação perfeita e completa, adquirindo a recordação de todas as suas anteriores vidas e principalmente a compreensão das causas e condições que determinam a existência de cada um. Consequentemente adquire a compreensão dos meios que permitem pôr fim ao ciclo de sucessivos renascimentos e atingir a libertação perfeita. Siddhârta sabe agora que já não renascerá. O seu karma estava extinto. A vontade de partilhar a sua experiência com os outros, conduzindo-os na mesma via, torna-o num Buda.
Buda reúne-se com os cinco companheiros em Benares e comunica-lhes os conhecimentos que se tornarão na base do ensino do budismo.
Até à idade de 80 anos, Buda transmitirá os seus conhecimentos aos homens, percorrendo toda a Índia.



Gautama Siddhârta nasceu, segundo a tradição Theravâda, no ano de 624 a.C., no mês de Vesâkha, e morreu no ano de 543, com a idade de 80 anos. Outras fontes situam a sua vida nos séculos VI – V a.C. Para os budistas esta divergência de datas tem pouca importância e faz pouco sentido discuti-la exaustivamente.
A existência terrestre de Siddhârta foi, na verdade, a última etapa de uma série de sucessivos renascimentos, isto é, a vida de Siddhârta representa o termo do caminho em direcção à libertação do samsâra.
Siddhârta nasceu numa pequena localidade no sul do que é actualmente o reino do Nepal. Príncipe, filho de um soberano do clã dos Sâkya, da família Gautama, cresceu sem preocupações, num ambiente de conforto, resultado do isolamento a que é sujeito por ordem de seu pai. Longe das dores do mundo, apesar da experiência da morte de sua mãe, Siddhârta casou-se e terá tido um filho.
Mas o destino reservar-lhe-ia um diferente caminho. Ao sair de um dos seus palácios, Siddhârta tem a experiência que iria mudar a sua existência. Na verdade, nessa ocasião Siddhârta tem quatro encontros: primeiro encontra um velho homem abandonado, depois um doente e mais adiante uma celebração fúnebre, finalmente um asceta que abandonara tudo para procurar a libertação.
O jovem Siddhârta compreende então quão enganado estivera. Com a idade de 29 anos partiu ele também, abandonando o palácio e família. Inicialmente a cavalo, decidiu-se depois pelo desconforto da caminhada. Vestindo roupas grosseiras, pôs-se a caminho da Iluminação.
Durante 6 anos Siddhârta tem uma vida errante, encontrando vários mestres, praticando os seus ensinamentos e ultrapassando-os. Torna-se assim ele próprio um mestre, atraindo a si cinco seguidores fiéis.
Mas esse caminho torna-se rapidamente insuficiente. Siddhârta entrega-se a uma ascese total, abstendo-se de alimentos e, através da prática do Ioga, suspende as suas funções vitais.
Siddhârta compreende que se enganara no caminho e as penosas memórias resultantes da ascese total tornar-se-ão em advertências para os vindouros que queiram seguir o mesmo caminho. Siddhârta considera que a ascese total não leva a lado algum e suspende-a. Os cinco companheiros vêem nisto um sinal de fraqueza e abandonam-no.
Já liberto de uma experiência inconsistente, Siddhârta recupera as forças. Sentado ao pé de uma árvore medita sobre a existência humana. No fim dessa noite, Siddhârta atinge a realização da Iluminação perfeita e completa, adquirindo a recordação de todas as suas anteriores vidas e principalmente a compreensão das causas e condições que determinam a existência de cada um. Consequentemente adquire a compreensão dos meios que permitem pôr fim ao ciclo de sucessivos renascimentos e atingir a libertação perfeita. Siddhârta sabe agora que já não renascerá. O seu karma estava extinto. A vontade de partilhar a sua experiência com os outros, conduzindo-os na mesma via, torna-o num Buda.
Buda reúne-se com os cinco companheiros em Benares e comunica-lhes os conhecimentos que se tornarão na base do ensino do budismo.
Até à idade de 80 anos, Buda transmitirá os seus conhecimentos aos homens, percorrendo toda a Índia.

O QUE É O BUDISMO?

O QUE É O BUDISMO?



O Buda Sakyamuni nasce do flanco de sua mãe.


Originário do norte da Índia, de onde se espalhou por muitos países da Ásia, com incidência no sudeste asiático, o Budismo pretende nada menos que ajudar os seres a encontrar o caminho para a Iluminação e dessa forma erradicar o sofrimento e o conflito.
“Buda” significa “o iluminado” – aquele que desperta ele próprio e propicia o despertar dos outros. O Budismo também se assume como uma doutrina moral, considerando a bondade e a compaixão qualidades essenciais à Iluminação. A primeira qualidade leva à paz, a segunda combate a miséria.
O Buda Sakyamuni (Siddharta Gautama – o Buda histórico) pregou durante 49 anos antes de ter despertado. Os seus sermões foram depois reunidos no tripitaka – os três cestos da lei: os sutras (os logias do próprio Buda), do vinaya (disciplina) e do l'abidarma (doutrina). Todo o Buddhadharma (os ensinamentos de Buda) tem como base o tripitaka.
Após o funeral de Buda, ao colocar-se a questão da sua sucessão, surgem dois dos seus discípulos: Mahakasyapa e Ananda. Tendo o primeiro achado que Ananda (por ter passado a vida ao lado de Buda e não ter tido tempo de estudar as técnicas de meditação necessárias) não atingira o nirvana, isto é, não se tinha tornado um arhat e, por isso, não o convocou para o concílio de arhats de Rajagrha.
Qual teria sido, segundo os veneráveis documentos, a forma original da pregação de Buda?
Contrariamente ao que muitos estudiosos possam ter dito, o Budismo não é "pessimismo". Trata-se de uma doutrina não afirmativa, mas de princípios negativos: o caminho do Budismo é o caminho da desvalorização do Eu e do mundo dos fenómenos. As certezas que o mundo permite na sua exemplar desconfiança em relação a todo o discurso metafísico, são de natureza negativa, isto é, de tudo por em causa.
Os únicos actores do Universo são o Sofrimento e a Extinção:
Há só Sofrimento,
não há sofrimento.
Não há agente, só há a acção.
O Nirvana é, mas não
aquele ou aquela que o
procura,
O Caminho existe, mas não
aquele ou aquela que por lá vai.
(Visuddhi Magga, 16)