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sábado, 12 de maio de 2012

O BUDISMO DA CHINA E NO JAPÃO




Apesar de serem vistos, justificadamente, como países conservadores e tradicionalistas, foi aqui, e também na Coreia, que o Budismo se desenvolveu nas suas formas mais fulgurantes.
CHINA
Quando se iniciou a introdução do Budismo na China, não obstante os êxitos iniciais, este foi visto de forma suspeita pela classe dirigente de formação confucionista. Na sua opinião, o Budismo minava os valore tradicionais chineses assim como os valores familiares em que se baseava a sociedade do Império do Meio. Desta forma, não é de admirar que o Budismo tenha sofrido perseguições.
O Budismo chegou à China através dos comerciantes, por volta do início da era cristã. Depois das dificuldades já referidas, o Budismo "aproveitou" a desintegração do sistema político e social chinês para se desenvolver. A tradução das escrituras para o chinês, foi feita por volta dos meados do século II d. C.
O Budismo floresceu durante cerca de quatro séculos, tendo tido o seu maior esplendor durante a dinastia Tang. Os dirigentes chineses apoiaram convictamente a religião, tendo mesmo enviado emissários à Índia, ao mesmo tempo que fomentavam uma imensa actividade filosófica. Quatro escolas adquiriam características únicas: Tien Tai, Hua Yen, Chan (Zen) e Terra Pura. Estas escolas concordavam com os preceitos básicos do Budismo, tal como tinham sido transmitidos por Buda, mas a sua compreensão era determinada pela filosofia existente na própria China. Destas quatro escolas, poderemos afirmar que a escola Chan (Zen) e a escola Terra Pura souberam manter-se firmes nos tempos que se seguiram.
No século IX, o Budismo entra num período de decadência, por várias razões, dentro das quais não poderemos esquecer o facto dos governantes que se seguiram à dinastia Tang, considerarem-se descendentes de Lao Tzé, o fundador do Tauismo. Por outro lado, a Sangha estava corrompida por razões similares àquelas que deram origem ao cisma do ocidente, em relação à Igreja Cristã.
O Budismo continuou a ter seguidores, especialmente nas zonas rurais, mas adquiriu um carácter mágico, longe dos ensinamentos originais de Buda.
Apesar destas dificuldades com que o Budismo se deparou na China, um grupo de monges vai-se destacando ao longo da sua História. De realçar o monge Tai Hsu (1890-1947) que funda escolas e promove o estudo de outras línguas budistas que não o chinês, além de ter advogado a ideia de uma federação mundial de budistas. Esta ideia poderia ter sido concretizada se a China não tivesse caído em poder dos comunistas.
O governo comunista manda, em 1951, confiscar a maior parte das terras que pertencia à Sangha e reduziram-na ao estado laico. Em 1953, foi constituída a Associação Budista Chinesa, com o objectivo de controlar a comunidade budista. No período da Revolução Cultural assistiu-se a mais perseguições, mas apesar disso o Budismo ainda persiste na China e mostra sinais de renascimento junto da população jovem e citadina.
JAPÃO
O Budismo terá sido introduzido no Japão e na Coreia na mesma altura que no gigante chinês, no entanto o seu desenvolvimento adquiriu contornos especiais.
Inicialmente vista com desconfiança, por ser uma religião estrangeira, o Budismo tornar-se-á num órgão institucional do Estado Japonês. O imperador e a corte interessavam-se, a princípio, pelo carácter mágico e algo supersticioso dos rituais budistas. Só nos finais do século VIII, o Budismo começa a ser visto como tal e não como magia.
Durante os séculos XI, XII e XIII, o povo nipónico começa a ser atraído para a forma religiosa Terra Pura. No século XIII, outras alterações dar-se-iam no Japão, pela mão do reformador Nichiren (1222-82) que iniciou a pregação de uma forma ultra nacionalista de Budismo, referindo que o Japão se tornara a verdadeira pátria espiritual da Religião. Com os sucessivos conflitos intra muros, as classes dirigentes japonesas acabaram por aceitar os princípios do Budismo Zen. A pouco e pouco o Budismo foi-se associando no Japão às ideias de patriotismo e orgulho nacional.
O Budismo no Japão teve de enfrentar dificuldades durante o período Meiji, no século XIX. Na verdade, a partir da Restauração Meiji, o Budismo foi ignorado a favor do Xintoísmo, apoiado pelo Estado, pois glorificava o imperador. Foi durante esse período que o celibato foi proibido. É por essa razão que ainda hoje o Japão é um dos poucos países a permitir o casamento dos clérigos. Foi ainda durante a Restauração Meiji, que se fizeram sentir muitas inovações de carácter ocidental no Budismo japonês, influências das comunidades missionárias protestantes.

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